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Democracia e a Agenda de Desenvolvimento 2063 em África. Do passado ao futuro Democracy and the 2063 Development Agenda in Africa. From past to future / La democracia y la Agenda de Desarrollo 2063 en África. Del pasado al futuro
Abstract
Democracy and development are two intertwined concepts and processes, especially since the advent of neo-liberalism in the late 1980s. On the African continent, the adoption of an economic development model and system of governance based on neo-liberalism was not the result of a free choice of most local political entourages adhering to the socialist model and one-party regimes, but rather of the diktats of a post-Cold War environment in which state and institutional neo-liberalism dominated, notably the World Bank (WB) and International Monetary Fund (IMF), and of states in the Global North. As a result of this, many African states were forced to carry out reforms and openings in a hurry contrary to their preferences for schemes that would guarantee the survival of their regimes, the development of a local matrix, territorial integrity, and the possibility of maturing internal democratic processes and a local bourgeois class that would later sustain both liberal democracy and a market economy. The failure of the openings operated in that context led to collective decisions within the Organization of African Unity/African Union (OAU/AU) to relaunch a development model based on local reality, whose AU Agenda 2063 appears as a response to this challenge. Therefore, with this article, I bring to reflection, through the historical method and contextualization, some elements that allow us to understand the attempt to move towards a local development model guided by Africans, amidst the difficulties of continental integration processes, of generational transition, in a continent where half the population is under 25 years old, but the gerontocracy seems not interested in yielding power.
RESUMO
A democracia e o desenvolvimento são dois conceitos e processos interligados, sobretudo, desde o advento do neo-liberalismo em finais da década de 1980. A nível do continente africano, a adopção de um modelo de desenvolvimento económico e de um sistema de governo assentes no neo-liberalismo não resultou de uma livre escolha da maioria das entourages políticas locais adeptas do modelo socialista e de regimes de partido único, mas sim de diktats de uma conjuntura pós-Guerra Fria em que dominava o neo-liberalismo institucional e estatal, com realce para o Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI) e de Estados do Norte Global. Como resultado disto, muitos Estados africanos viram-se impelidos a realizar reformas e aberturas às pressas contrárias as suas preferências por esquemas que lhes garantissem a sobrevivência dos seus regimes, o desenvolvimento de matriz local, a integridade territorial e a possibilidade de maturar processos democráticos internos e de uma classe burguesa local que sustentassem, depois, quer a democracia liberal, quer a economia de mercado. O fracasso das aberturas operadas naquele contexto levou a tomada de decisões colectivas no seio da Organização de Unidade Africana/União Africana (OUA/UA), com vista a relançar um modelo de desenvolvimento assente na realidade local, cuja Agenda 2063 da UA aparece como uma resposta a este desafio. Portanto, com este artigo, trago à reflexão, através do método histórico e da contextualização, alguns elementos que permitem compreender a tentativa de passagem para um modelo de desenvolvimento local guiado pelos africanos, em meio a dificuldades de processos de integração continental, de transição geracional, num continente onde metade da população tem idades inferiores aos 25 anos, mas a gerontocracia parece não interessada a ceder o poder.
RESUMEN
La democracia y el desarrollo son dos conceptos y procesos interconectados, especialmente desde la llegada del neoliberalismo a finales de los años 80. En el continente africano, la adopción de un modelo de desarrollo económico y de un sistema de gobernanza basado en el neoliberalismo no fue el resultado de una libre elección de la mayoría de los entornos políticos locales adheridos al modelo socialista y a los regímenes de partido único, sino más bien los dictados de un entorno posterior a la Guerra Fría en el que dominaba el neoliberalismo estatal e institucional, especialmente el Banco Mundial (BM) y el Fondo Monetario Internacional (FMI), y los Estados del Norte Global. En consecuencia, muchos Estados africanos se vieron obligados a emprender reformas y aperturas precipitadas, en contra de sus preferencias por esquemas que garantizaran la supervivencia de sus regímenes, el desarrollo de una matriz local, la integridad territorial y la posibilidad de madurar procesos democráticos internos y una clase burguesa local que posteriormente sustentara tanto la democracia liberal como la economía de mercado. El fracaso de las aperturas operadas en ese contexto hizo que se tomaran decisiones colectivas en el seno de la Organización de la Unidad Africana/Unión Africana (OUA/UA), con el fin de relanzar un modelo de desarrollo basado en la realidad local, cuya Agenda 2063 de la UA aparece como una respuesta a este desafío. Por ello, con este artículo, traigo a la reflexión, a través del método histórico y de la contextualización, algunos elementos que permiten entender el intento de avanzar hacia un modelo de desarrollo local guiado por los africanos, en medio de las dificultades de los procesos de integración continental, de transición generacional, en un continente donde la mitad de la población tiene menos de 25 años, pero la gerontocracia no parece interesada en ceder el poder.