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Negras cenas a ressonância ancestral na cena e no encenado Black scenes: Ancestral resonance in the scene and stage


Abstract

 


 Resumo: O artigo fixa as bases teóricas e práticas, a partir do sistema cultural negro-africano e diaspórico, para construção de um método de formação de atriz. O método não se define e funciona tão-somente a partir de meros exercícios. A formulação exige método ancestral e, por igual importância, o uso do sistema cultural negro-africano e diaspórico como categoria filosófica; o referido sistema é objeto da filosofia da ancestralidade como filosofia africana. Conjugada com a milenar, sofisticada e complexa malha ontológica, o sistema ancestral é modo de produção cultural e, sobretudo, da existência. Na filosofia e no modo de produção assim concebidos, a ancestralidade e Exu não antropomorfizados possibilitam o ingresso na cultura negra de ressonância. Na cena e no encenado, como fio ou elo relacional, a ressonância ancestral se atualiza em conformidade sinérgica com a inseparabilidade da atriz do espaço, do cenário e dos objetos. Os cinco pontos seguintes são sintetizadores, na cena e no encenado, da cultura negra de ressonância. O primeiro ponto enfatiza que o espaço ressonante é parte ou extensão da atriz; eles são inseparáveis. No segundo, há a produção da imagem e da ação; a imaginação, que desfaz a fantasia ou a projeção. No terceiro, a ênfase recai na intuição e na inspiração, que são os motores para a ação da atriz. No quarto, a oralidade, via monólogo interior/anterior, é a correia de elos para ativar a Intuição e a inspiração. No quinto, na encruzilhada ou cena, a ação e a (re) ação constituem o corpo, os objetos, a voz, o gesto e tudo que viabiliza a criação e existência, como objeto estético, da personagem.


English Abstract: This article establishes the theoretical and practical bases, from the black-African and diasporic cultural system, for the construction of an actress training method. The method cannot be defined and function solely because of mere exercises. The formulation requires ancestral method and, of equal importance, the use of the Black African and diasporic cultural system as a philosophical category; the said system is the object of the philosophy of ancestry as African philosophy. Conjugated with the millennial, sophisticated, and complex ontological fabric, the ancestral system is a mode of cultural production and, above all, of existence. In the philosophy and mode of production thus conceived, ancestry and non-anthropomorphized Exu make it possible to enter the black culture of resonance. On the scene and in the staged, as relational thread or link, ancestral resonance is actualized in synergistic conformity with the inseparability of the actress from the space, the setting, and the objects. The following five points are synthesizers, in the scene and the staged, of the black culture of resonance. The first point emphasizes that the resonant space is part or extension of the actress; they are inseparable. In the second, there is the production of the image and the action; the imagination, which undoes fantasy or projection. In the third, the emphasis is on intuition and inspiration, which are the engines for the actress' action. In the fourth, orality, via interior/anterior monologue, is the link belt to activate Intuition and inspiration. In the fifth, at the crossroads or scene, the action and the (re) action constitute the body, the objects, the voice, the gesture, and everything that enables the creation and existence, as an aesthetic object, of the character.


Keywords: Theater; method; ancestry; restitution; resonance.


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eISSN: 2764-1244