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Vandalismo à propriedade pública: expressões motivacionais e abordagens preventivas para cidade do Kilamba
Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar as expressões motivacionais do vandalismo dirigido à propriedade pública. O texto enquadra diferentes teorias criminológicas na explicação e prevenção do fenómeno. A classificação dos subtipos de vandalismo estabelecida por Cohen (1984) e as abordagens sociais propostas por Barker e Bridgeman (1994), Goldstein (1996), Levy-Leboyer (1984), Ross (1984) e Merrills (2009) orientaram o estudo do ponto de vista da literatura. Metodologicamente trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Para a coleta dos dados foi aplicado um inquérito, construído com perguntas fechadas adaptado com base na escala nominal de Likert. Foram inquiridos 310 cidadãos residentes, e não só, que transitam diariamente na Cidade do Kilamba. Os resultados indicam a existência de uma forte tendência ao vandalismo aquisitivo, expresso pela remoção de equipamentos, motivado pela busca de ganho material privado. Além de ações oportunistas são evidentes incivilidades e falta de consciência no uso de espaços e estruturas de utilidade pública. O estudo identificou pela perceção dos cidadãos inquiridos que o mobiliário urbano e os espaços verdes apresentam caraterísticas de abandono, falta de estrutura de proteção e manutenção, sendo alvos preferenciais de vândalos. A pesquisa concluiu que há uma série de condições sociais e físicas como design, arquitetura e decadência das malhas urbanas capazes de produzir atos de vandalismo. O fenómeno tem afetado a ordem pública, o funcionamento e a acessibilidade dos serviços públicos como distribuição de água e eletricidade. As estratégias de prevenção passam por medidas dissuasivas, manutenção e conceção de estruturas protetivas de instalações públicas na cidade.