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Tradução e acomodação linguístico-cultural da lei de violência doméstica praticada contra a mulher à comunidade “tshwa”
Abstract
Com este trabalho de estudo filológico sobre a língua Citwsha, que incorporou não só linguistas, tradutores mas também juristas, mais do que traduzir a lei nº 29/2009 - Lei sobre a Violência Doméstica praticada sobre a Mulher - para a língua mais falada na província de Inhambane, Sul da República de Moçambique, pretendeu-se através da aplicação de um inquérito sócio-linguístico aos falantes desta língua, propor novos lexemas que não tenham correspondência em Citwsha, contribuindo assim para a dissiminação da informação, fazendo-a chegar a todos os cidadãos, incluindo os que não falam a Língua Oficial, o português. Paralelamente a estes objectivos, produzimos um mini-glossário que visa, essencialmente, acomodar as unidades lexicais da língua portuguesa que não encontram o seu correspondente na língua Citshwa. A estratégia usada foi a criação de nova palavra adequada ao que se pretende comunicar, suprindo a lacuna vocabular, com o recurso a neologismos semânticos, lexicais e sintácticos, ou uma vez que o documento é para um público geral com diferentes níveis de formação e informação, torna-se imperativo o uso de uma linguagem simplificada e comum. Consideramos, após a realização do trabalho, que atingimos os objetivos propostos. No entanto, estamos cientes de que este estudo é também um ponto de partida para nós próprios e para todos aqueles que pretenderem discutir a eficácia destas traduções. Esperamos alargar o nosso estudo às demais línguas bantu de Inhambane. Se novos dados mostrarem que esta abordagem é inadequada ela deve ser abandonada e procuradas novas formas de explicação. Por vezes mesmo, a proposta de uma perspectiva deficiente e refutável pode trazer luz sobre um aspecto até aí mal compreendido