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Uma língua indígena de sinais brasileira A brazilian indigenous sign language
Abstract
A linguística é uma ciência que estuda o funcionamento da linguagem, o funcionamento das línguas. A maior parte dos estudos linguísticos até hoje foi feita sobre línguas orais, entretanto, a partir de 1960 as línguas de sinais urbanas passaram a ser estudadas, e, mais recentemente, as línguas indígenas de sinais. No Brasil, a língua de sinais mais conhecida e utilizada é a LIBRAS, sigla para Língua Brasileira de Sinais. Entretanto, após trabalho de pós-graduação de Priscilla Soares (SUMAIO, 2014; SOARES, 2018) com os terena de uma terra indígena chamada Cachoeirinha, próxima de Miranda – MS, sabemos hoje da existência da língua terena de sinais (LTS). Os sinais usados por estes surdos terena e alguns ouvintes da comunidade fazem parte de uma estrutura linguística, com gramática própria, com toda possibilidade de interação/comunicação, de criação de novas palavras a partir de processos próprios e de expressão de qualquer pensamento, como qualquer língua humana. Esse trabalho inédito pode ajudar a combater preconceitos contra surdos, indígenas, surdos indígenas, e também pode dar subsídios para que os surdos terena tenham acesso a intérpretes, a professores preparados para ensiná-los, a dicionários e a materiais didáticos voltados para eles, uma vez que aponta a existência de sua língua.
English Abstract: Linguistics is a science that studies the functioning of language, the functioning of languages. Most linguistic studies to date have been done on oral languages, however, since 1960, urban sign languages have been studied, and, more recently, indigenous sign languages. In Brazil, the most known and used sign language is LIBRAS, which stands for Brazilian Sign Language. However, after the postgraduate studies of Priscilla Soares (SUMAIO, 2014; SOARES, 2018) with the Terena of an indigenous land called Cachoeirinha, near Miranda - MS, we now know about the existence of the Terena Sign Language (LTS). The signs used by these Terena deaf people and some community listeners are part of a linguistic structure, with their own grammar, with every possibility of interaction / communication, the creation of new words based on their own processes and the expression of any thought, like any other human language. This unprecedented work can help to combat prejudices against deaf, indigenous, indigenous deaf people, and can also provide subsidies for terena deaf people to have access to interpreters, teachers prepared to teach them, dictionaries and teaching materials aimed at them, a time it points out the existence of their language.
Keywords: Language; Sign language; Indigenous people; Culture.