Revista Academicus: Revista multidisciplinar

Determinants of public servants’ motivation in the Angolan Public Administration

Crispim Camango — 2025-01-07

O estudo da motivação na administração pública tem aumentado nos últimos tempos, tendo em conta a necessidade de tornar o serviço público cada vez mais eficiente. Para isso, é importante que os servidores públicos estejam sempre motivados. Portanto, este artigo tem como objetivo identificar as variáveis que melhor explicam ou predizem a ocorrência de motivação. Para a realização deste estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, exploratória e de estudo de caso. Os dados foram analisados por meio do método de regressão logística binária. Os resultados indicam que das 13 variáveis analisadas, apenas duas delas funcionam como determinantes da motivação dos funcionários da Unidade de Análise. Para estudos futuros, outras unidades de análise e técnicas de análise de dados podem ser escolhidas para comparar as variáveis que explicam a motivação.

The Name: Cultural Identity of the Ovimbundu People

Severino Dungue — 2025-01-07

Abordar o nome em Umbundu, considerando a sua aplicação, implica olhar para a importância que representa para a cultura Ovimbundu. Assim, a análise procura esclarecer a situação à luz dos sucessivos erros relacionados com a grafia em Umbundu utilizada nas Conservatórias do Registo Civil em Angola. Esses nomes, de natureza banto-africana, foram alterados com base na grafia portuguesa e/ou na escrita imposta pelas religiões católica e evangélica. As autoridades desses locais desconhecem e/ou negligenciam a ortografia do alfabeto das línguas nacionais. Assim, este estudo surge com o objectivo de analisar os nomes dos Ovimbundu, com base no alfabeto das línguas nacionais aprovado pelo Conselho de Ministros em 1987, e a harmonização da grafia das línguas bantu de Angola. Ao longo do estudo, será entendido que um nome é identidade; pertence à pessoa e não deve ser alterado graficamente. Se for alterado, perde seu significado e originalidade.

Luanda: from ‘children don’t talk politics’ to ‘I want to be a politician’

Madaleno Dias — 2025-01-07

Este artigo examina a evolução dos conceitos de cidadania em Angola, abrangendo desde a era colonial até os dias atuais, destacando transformações políticas e sociais significativas. Durante o período colonial, o Estatuto do Indígena institucionalizou a cidadania hierárquica, separando os cidadãos assimilados das populações indígenas. Após a independência, a Primeira República estabeleceu uma "cidadania monitorada", caracterizada pela repressão política e exclusão social. Na Segunda República, passos tímidos em direção à liberalização introduziram a noção de "cidadania de baixa intensidade", marcada por liberdades emergentes ao lado de mecanismos persistentes de controle. Hoje, a estratificação social persistente se manifesta no discurso do "cidadão comum" versus o "cidadão especial", refletindo desigualdades estruturais arraigadas. O artigo enfatiza que, embora a cidadania seja idealmente um direito universal, ela permanece fortemente moldada pela dinâmica do poder político e econômico em Angola. Empregando uma perspectiva crítica, o estudo argumenta que as hierarquias de cidadania resultam em exclusão social e participação cívica restrita, ressaltando a necessidade de esforços contínuos para transformar a esfera pública e expandir os direitos democráticos.

Adaptation study of the Zuckerman-Kuhlman and Aluja Personality Questionnaire (ZKPQ) in Angola

Aníbal Simões — 2025-01-09

O presente estudo foi realizado para avaliar as características psicométricas do questionário de personalidade Zucherman-Kuhlam-Aluja, traduzido do inglês para o português para uma amostra angolana. A análise fatorial dos itens mostra que há uma associação relativa entre os componentes fatoriais e as cinco dimensões hipotéticas escolhidas a priori. A replicação angolana deste questionário deu um alfa insatisfatório. A consistência interna oferecida pelo Alpa varia de 0,42 (buscar sensação) a 0,78 (neuroticismo). O alfa médio foi de 0,56, variando entre 40 (ImpSS) e 0,78 (N-Anx). A mediana Alfa foi de 0,56,( (ImpSS)varia de 40 (ImpSS) a 0,78 (N-Anx). Como aconteceu em outras culturas, especialmente do Senegal e do Togo, a confiabilidade deste estudo também foi menor. A variância explicada com o R² ajustado foi de -0,001, -0,002, e -0,02 para idade, sexo e culturas avaliadas pela competência linguística. Podemos explicar o menor poder deste estudo, pois os cinco fatores derivados explicam apenas 20,2% das variâncias nos escores. O resultado sugeriu que esta versão, embora relativamente fiável, pode ser a base para a construção de uma outra versão mais ajustada à realidade cultural angolana, ou, se preferirmos, africana.